quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Viagem ao Desdobrar da Terra
Existia um canteiro de flores perto das bananeiras que o casal descansava. Na peleia de consertar suas bicicletas e tornar à viagem, ambos esperavam primeiro, o sol nascer. E o sol foi se abrindo e corando as tonalidades das flores, bananas, capoeiras. O casal se aprumou na moita seca de forma a sentir as extremidades das securas dos matos massagearem suas costelas. No outro dia, que pra elas, era o mesmo, de novo observaram aquele vagaroso parto que distanciava o sol da terra. Mediram, cortaram, lixaram. Pensaram sem pressa, como a engenhoca poderia sobrevoar. Passaram-se outras aventuras do sol. Das bananas elas se alimentaram, das flores os perfumes, do mato a cama, dos seus corpos, suas cobertas. A escolha foi determinada antes do anoitecer de muitos dias depois, porque a velocidade da sombra não poderia alcançar um raio antes do próximo anoitecer. E no abraço denso, os estiletes cortaram as correntes de sangue, e assim, chegaram na queda da lua, no giro da terra, na ponta do sol.
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