sábado, 26 de abril de 2008

Deteriorização cidadônica



Mundo de palavras tontas,
Tontas sem rumo,
a noite as acolhe.
Estrelas em palavras,
palavras em estrelas,
eu vi.
E em forma de tristeza,
era uma gota,
partícula de compaixão.
Comprimido desejo de liberdade.
A cidade apagou,
névoas, nuvens e magia.
As palavras da cidade,
palavras concretas,
tão iguais.
Siga bom cidadão,
seguiremos civilizadas palavras.
Morremos no ponto.


Beli, 26/05/2008

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Sabs 7

Toc, toc, ouve-se
- Quem é? pergunta a virgem viúva.
- Sou a angústia da perda, mas se não me quiseres
trate de arranjar um marido.

(26-07-2006)

Shayna Luz, 18 anos, blumenauense, estudante de Comunicação Social - P&P

segunda-feira, 21 de abril de 2008

D. Leonina


Nome: Leonina Soares da Silva, casada (1974), três filhos
Nascimento: 04/08/1949
Cidade natal: Palmeira - SC
Cidade onde reside: Blumenau - SC, desde 1974
Profissão dos velhos tempos: Cortava lenha em metros, toras de 2 metros, lavava roupas para outras pessoas, e colhia plumas para travesseiros, vendendo-os.
Profissão atual: Do lar.
Comida dos velhos tempos: Feijão, polenta, moranga, batata-doce, aimpim, pinhão, couve. Plantas que a família plantava. Havia carne quando criava-se um porco ou matava-se um passarinho.
Era assim: A roupa era lavada no ribeirão, em uma tábua. A luz era de querozene, e a água só se tinha se buscasse no rio. O perfume era "Água de cheiro", e usava sabão de soda para o banho. A diversão só se tinha se ela fugisse do pai e da mãe. Educação severa que lhe permitiu pouquíssimas vezes ir a um baile, seus fins de semana eram reservados à Igreja.
Aconteceu no meu tempo: A bisavó de dona Leonina não conhecia espelho. Um dia, ao lavar as roupas do marido ela indignou-se com aquele objeto que havia encontrado no bolso da calça do esposo. Olhou fixamente ao objeto e disse: "Desgraçado! Eu sabia que ele estava me traindo. E se ainda fosse com uma mulher mais bonita, mas feia desse jeito!"
Uma música daquele tempo:
Que beijinho doce
Que ela tem
Depois que beijei ela
Nunca mais beijei ninguém
Que beijinho doce
Foi ela quem trouxe
De longe prá mim
Se me abraça apertado
Suspira dobrado
Que amor sem fim.
Coração quem manda
Quando a gente ama
Se eu estou junto dela
Sem dar um beijinho
Coração reclama.
(Beijinho Doce - Tonico e Tinoco)


Talento: Croch
ê. Desde os sete anos pratica esse serviço manual que até os dias de hoje é sua "rendinha" extra.

De suas mãos:





segunda-feira, 7 de abril de 2008

Escravos ignorantes, se iludem. Querem ser aceitáveis.


Trabalho de Mariana Aline Vieira. Essa menina é de Itajaí, estudou Técnico em Estilismo e atualmente é estudante de Moda. Tem 19 anos, é criativa, inteligente e dona de uma simplicidade sem igual. Em breve mais trabalhos dessa moça.

domingo, 6 de abril de 2008

Hospital

Cadeiras amarelas
no corredor da morte,
um princípio de cidade,
uma capela ao lado.
Paredes desmanchando,
m cachorro abandonado,
um sorriso ao lado.

Ri a criança sobre nós,
sob à negra consciência
de uma gota de adultos,
sob a marca à falência.

Ri a criança sobre nós,
sob nossa sala de reunião,
assuntos irrelevantes
e conversas de destruição.

Há três macas
no corredor da dor,
um "proibido fumar",
a luz acende ao lado,
o mosquito zumbindo,
o suado e obscuro rachado.
Um fim combinado.

Beli (06/04/2008)

Separação



Quando tirei essas fotos ouvi um sussurro e fui me aproximando dos troncos...
Era um cochicho, era uma pergunta, o que era?
O tronco mais machucado perguntou: Cadê minha mãe?

Décima Oitava

Sinceramente, sei que sou segregada e supérflua, sobretudo, sei que sem simplicidade ou sem sonhos, seria difícil ser quem sou. Somente com a surpresa do sufrágio sufocando, eu, sulista simpática, servi à sociedade sem ser superficial.
Sou sultana de um sujeito singular, sumi no sumidouro, sou sumida da súmula de um sumo. Superei o superdotado, me superestimei e sucumbi ao superabundante. Superei e sou superior, safei-me do suplício, suscitei em mim a suspeita do sujeito suspeito que subtraiu o suborno subtraído.
Suprimi a surdez do do surdo, e supri seu surto com sorrisos supinos. Suplementei sua solidão, e supus saber do sucesso. Sentimento sutil sussurrado em um sorriso suspicaz, sustado pela supremacia suja, sucedida suavemente pelo sossego soterrado.
Sublime sensação subentendida pelo soporífero sono seguido de um soneto sombrio, que soava soprado, soando sofrido, sobressaltando o sobrenome do sujeito sepultado.
Sobrevivi ao sincretismo dos sentimentos, ao sexualismo do sofrimento. E sentenciosamente, sedutora e satânica, soneguei ao sacramento, sacrifiquei o sensitivo, e sorri.

Shayna Luz (18/05/2006)

Shayna Luz é blumenauense, 18 anos, estudante de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda. Talentosa, inteligente e cativante, sabe muito bem o que faz com as palavras, essa é uma das mais que postaremos.