terça-feira, 30 de junho de 2009

A Sombra do Quadro

Disseram-me: Sem drama.



Ergo a cabeça da cama
Peso da noite mal dormida
Do sonho não lembrado,
o passado, confunde em
vozes, gestos, presentes que:
Não estão no retrato.

(Foi ontem?)

Acorda dessa cama
Chama pelo meu nome
Pergunta da minha escola
Mais uma vez, fala
do teu filho, do teu trabalho,
das tuas roupas, sapatos,
Indumentária da vida, olha o orvalho:
O teu bom dia se foi...

Oi!
Oi!

Você não responde mais.
Disseram para apagar o nunca:
Nunca farei isso, outra vez
dissimularam a tragédia
Maquiaram a certeza
Transformaram em comédia.

Ha! Sorria para mim,
dê o teu remédio,
O mate doce que pedi
O sal no canto da mesa redonda
Eu sorri.
Fala-me de tuas angústias
Conta-me das tuas intrigas,
Eu sorria, eu me lembro...

sábado, 27 de junho de 2009

Ar-ame


Quadrado.

Em grade, ferro

Alto, reto, previsto.


Vertigem.


Colírio, preciso

nos olhos.


Arde ferindo,

como agulha:


Esta aí

Está aí

Estão;

Sobrepostas.


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Arte-manhas




Fê e Tetê e Procópio.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Minhas Mãos Nas Tuas Mãos

Poesia de Fátima Venutti
Atriz: Ana Flávia Correa
Ator: Philipe Ricardo Chiodini Mueller

;D

domingo, 21 de junho de 2009

Linha

Alguma
coisa,
algum
roteiro
devia
ser
escrito
aqui.
Talvez
um
dia
eu
consiga
encontrá-lo. Miserável. Roteiro. Destino, traçado.

Onde está?

terça-feira, 16 de junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

Natureza Abstrata



Recado



Poesia de Fátima Venutti
Obras de Tadeu Bittencourt

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Memórias

Camponesa,
Afadigada,
A beleza,

As mãos,

Suadas.


O olhar horizontal

Em sua varanda

Em sua áurea medieval.


Trêmula,
Era inverno,
Remoinho moendo,

Como inferno,

Como o mal.


quarta-feira, 10 de junho de 2009

Signos

Corra!

O céu
O sinal
O símbolo:
É proibido!
É proibido!
É proibido!

Corra:
Sucesso
Feliz-cidade
Progresso

Corra:
Respire
Inspire
Pire!
Pire!
Pire!
Pilhe!
Pilha!

Pilhas para a corrida.

Corra:
Trabalhe
Durma
Coma
Acorde
Trabalhe
Durma
Coma
Acorde
Trabalhe
Durma
Coma
Acorde

Acordes em coma?

Pare:
Para o sinal
Pára o sinal:

Agora.
Agora.
Agora.

Ágora?

Para pensar?
Pára de pensar!

Corra:
Corra de-vagar

Vagar, perambular:
Ambular
Âmbula
Ahn?
Bula?
Bulimia!

Corra...



sábado, 6 de junho de 2009

Licença para as reticências

À minha própria cura:
Pró-cura à procura
do amor universal.


Um, dois, três
Poucos, muitos, múltiplos
Eu, tu, eles, elas.

Nós na voz:
Avós e nós:
Tricô, crochê, toalhas:
Tecido, bordado, pontos:
No corpo costurado:
Natal, noite feliz:
Noz quebra nós:
Sinos, vento, silêncio.

Sufoco!
Sufoco e suplico:
Malditos!

Era doce
Era ingênuo
Era inocente,
Como dezembro,
Como a família,
Como o vermelho.

O campo.
O fogão.
O lago.
O cão.
A ponte.
A estrada.
A casa.
A escada.

Escrita que não se desmancha,
onde se repudia a intolerância:
Por onde as lágrimas secas andam?
Na argila engolida na farofa do almoço,
Triturada em versos perversos sozinhos.

Enigmas,
Estigmas,
Paradigmas.

Receitas duvidosas:
Chá de tradição:
A cura imediata:

NÃO!
NÃO!
NÃO!

Um grito impiedoso
Sem gênero e cor,
Atravessa curva e reta,
Penetra infalível explodindo:
Isopor.

Está no chão
Depois do ar, doar:
Amor.
Amor!
Amor?

Amor...

terça-feira, 2 de junho de 2009