terça-feira, 30 de junho de 2009

Disseram-me: Sem drama.



Ergo a cabeça da cama
Peso da noite mal dormida
Do sonho não lembrado,
o passado, confunde em
vozes, gestos, presentes que:
Não estão no retrato.

(Foi ontem?)

Acorda dessa cama
Chama pelo meu nome
Pergunta da minha escola
Mais uma vez, fala
do teu filho, do teu trabalho,
das tuas roupas, sapatos,
Indumentária da vida, olha o orvalho:
O teu bom dia se foi...

Oi!
Oi!

Você não responde mais.
Disseram para apagar o nunca:
Nunca farei isso, outra vez
dissimularam a tragédia
Maquiaram a certeza
Transformaram em comédia.

Ha! Sorria para mim,
dê o teu remédio,
O mate doce que pedi
O sal no canto da mesa redonda
Eu sorri.
Fala-me de tuas angústias
Conta-me das tuas intrigas,
Eu sorria, eu me lembro...

6 comentários:

Luiz Guilherme Augsburger disse...

Nossa, adorei, sei que parece meio clichÊ esse bla bla bla!
Se bem que até "clichÊ" eh clichê.
Melhor poesia pra mim, eu penso... bem só poderia ser pra mim, então, eu tento.

é ins-pirada em algem?

Beli disse...

É, Augs...e todas as nossas conversas e tua paixão por filosofia certamente me ajudaram a escrever. Lembrei-me de nosso papo naquele domingo à noite pela rua 7.

Eu estava inspirada pelo momento que estava vivendo, então 'tragédia'. Foi a melhor forma de desabafar, e tem sido, a poesia, a arte, as palavras, as imagens...
há orações muito pessoais ali, digo, de 'amizade'. Sou uma menininha ainda, por isso, isso (morte) ainda me impacta muito...busco uma aculturação disso, confesso. Ela é tão certa, quanto ao nosso nascimento. Por isso gosto de falar dela, porque quero aprender a lidar com ela...

Obrigada.

André Procópio disse...

Beli, pelo que percebi nesse escrito, você está agustiada, algo te aflinge. (talvez até imagine o que seja). Mas não se preocupe, pois você é a pessoa mais forte que eu já conheci.
Sabe uma coisa que estou fazendo, sem compromisso nenhum? Está me ajudando um monte, escrever memórias da minha vida, para mim mesmo, não é parar que ninguém leia, ajuda. As vezes esquecemos os loucos que sempre fomos.

Um abraço a até logo!

André Procópio disse...

ps: nota 10 para aquela fotografia ali!

cláudia i, vetter disse...

bonitos dizeres!

;**

Luiz Guilherme Augsburger disse...

Olha Beli, sabe que eu não lembro do que falavamos e de como foi isso?!
(foi no dia do encontro pro trabalho de América?)

Bem, queria só dizer mais umas coisinhas... Certa é a morte alheia.
E se só as menininhas não sabem lidar com isso então boa parte das pessoas sobre a face da terra (em especial no ocidente)são "menininhas", um dos grandes tabus da modernidade é a morte, se por um lado estamos, ao que parece, indo a uma quebra dos pudores com relação a sexualidade, a morte tornasse cada vez mais um tabu.
Como já lhe disse, nosso modelo de vida constrói-se sobre a descrença na morte, todos nossos atos não levam em contam que morremos a cada dia, se isso fizesse parte do nosso pensamento diário muitas das coisas que cultuamos seria mera tolice, talvez pudessemos viver mais nossos prazeres, nossas vontades, nosso íntimo, talvez preferissemos a morte rápida, talvez, e só talvez, muito continuasse igual.

eu que agradeço-te, por você sabe tudo o quê!