segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Numa noite vazia na Vila de Cheias

Os Pingos assombraram a dura pedra
A se lamentarem das gotas ancestrais
Como cantiga de roda as luzes sopraram
A tossir sombras:
"São Brás! São Brás!"
- São brasas!
Lavas lavaram assentos antigos
E Tosse pôs-se a tossir em minúsculos intervalos
Nas  valas as sombrinhas projetavam flores.
- Flôres esticou os braços do rio!
Num abraço risonho e sombrio
O brilho do som pairou no sonho que riu
Para Tosse Flôres ali mesmo parir.
Dos telhados um gato miou,
Eram cobras dançantes a cobrar(em) suas casas que a água cobriu,
Sem Pingo a latir por sobre as gotas,
as flores tossem perfumes podres...
O barulho assustou Dr.Padre que chamou Sr.Pobre:
com pouco a perder em pedra dura.
Tosse Flôres teve filhotes, três de olhos fechados.
Sr.Pobre que nadou (do substantivo nada) para Flôres salvar
Tossiu na noite escura sem parar.
Agora reza missa o Dr.Padre, Pingo e as cobras,
Sr. Pobre jaz de olhos fechados.
- A casa afundou com ocês:
Sr.Pobre, Tosse, Gato e três filhotes Flôres.

Um comentário:

Bobblehead disse...

O Mar quando quebra na praia é bonito é, bonito.
Feliz e triste. Gostei muito.
Queria essa no livro..
acha que não rola?