terça-feira, 26 de maio de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Relato
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Vaga lembrança
Esse café que se forma na xícara
Ameaça a colisão sobre o sofá, e o chão
Esse vapor é o frio de criança
Invade, penetra, arranha e desmancha:
O vapor na vidraça
Dedos percorrem
Formando um coração
E é por ele que se ama
Esse sereno que canta lá fora
É o mesmo da noite passada, e a outra
Esse casaco que envolve meu corpo
Já foi de tantos outros, e outros, e outros:
O café derramado
Mãos contornam
Apreciando o desenho
E é por ele que se mancha
Entre meios fico, um circo:
Parece que vivi
Parece que já estive aqui.
Ameaça a colisão sobre o sofá, e o chão
Esse vapor é o frio de criança
Invade, penetra, arranha e desmancha:
O vapor na vidraça
Dedos percorrem
Formando um coração
E é por ele que se ama
Esse sereno que canta lá fora
É o mesmo da noite passada, e a outra
Esse casaco que envolve meu corpo
Já foi de tantos outros, e outros, e outros:
O café derramado
Mãos contornam
Apreciando o desenho
E é por ele que se mancha
Entre meios fico, um circo:
Parece que vivi
Parece que já estive aqui.
domingo, 17 de maio de 2009
Ungi com cuspe o que restara de mim
Saliva ácida recompôs a carne,
Látex, tenaz não se rasgou.
Sentido morto.
Ponteiros latentes marcavam segundos,
Córtex, vivaz não desfigurou.
Sentido, para que?
Senti a outra minha,
Minha outra no sentido.
Destino?
Cuspi-me. Cuspi-te. Cuspi-as.
Pias entumecidas de lágrima humana.
Um caminho desenhado? Pouco.
Pálpebras cerradas para sentir,
Meu sangue do rio secreto emergir.
Era mim.
Era o fim.
Um gole do líquido profano,
Deixo um breve sorriso insano.
É o início,
É um novo vício:
Indícios...
Látex, tenaz não se rasgou.
Sentido morto.
Ponteiros latentes marcavam segundos,
Córtex, vivaz não desfigurou.
Sentido, para que?
Senti a outra minha,
Minha outra no sentido.
Destino?
Cuspi-me. Cuspi-te. Cuspi-as.
Pias entumecidas de lágrima humana.
Um caminho desenhado? Pouco.
Pálpebras cerradas para sentir,
Meu sangue do rio secreto emergir.
Era mim.
Era o fim.
Um gole do líquido profano,
Deixo um breve sorriso insano.
É o início,
É um novo vício:
Indícios...
domingo, 3 de maio de 2009
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Vertigem
A calçada estava limpa naquelas tantas horas. Estranhei. Parecia estar me esperando. A calçada me causou vertigem, a lua, as poucas estrelas, tudo se fundia no reflexo da poça d' água. Era como um tapete estendido para mim, vermelho envelhecido, estonteante, subjetivo e submerso ao cimento desgastado. Limpa, com uma diminuta quantidade de grãos de areia e pedras banais, a calçada me escureceu os olhos. Um passo a frente, a respiração descontrolada. Mais um passo, paro, piro e desmaio. A calçada conduziu minhas forças para o labirinto dos loucos, insanos e profanos. Era noite, eu desvendei o futuro e previ o jogo com domínio de profeta. Esteta do dia que viria, desenhei uma madrugada pervertida para perder a prisão puritana que envolvia aqueles corpos. E a calçada envolveu toda a minha alma, sugando meu corpo para dentro de sua poça d'água. Agora eram meus olhos que refletiam a lua e as estrelas, agora eu adormeci num cobertor de gotas. O frio que procedeu provinha da ausência das gotículas, era ele, o sol, despertador. Iluminou toda a calçada, suja, seca e empoeirada: Segui um dia amargurado. Um gosto de areia na boca. Um cheiro de noite solitária. O dia pôs as cartas na mesa. Amargura não era, era apenas parecendo real. Deboche, gozo, graça. A calçada independe da hora do dia. Esperou-me para a noite que viria. Dias após dias. Orgias.
Assinar:
Postagens (Atom)