sábado, 25 de julho de 2009

Para uma nova despedida

Num repente caminhar saltitante, mas leve, ela farejou um ambiente já conhecido com precisão.

Tudo tão íntimo, no terceiro olhar já é estranho.

A música que ouvia em seu mp4 era a mesma que ouvia em outras despedidas.

Agora eram outras pessoas, e era outro lugar que desvendava.

A música, a mesma, porém all these places have their moments.

E um dispositivo biológico a fez continuar seus passos em câmera lenta.

A música faz sentido, principalmente em seu toque misterioso, que jorra lembranças.

There are places I remember...

E já no outro dia, no mesmo lugar, ainda desfrutava a detetive enrustida naquela mulher.

Aquele lugar estava estranho de novo. São os mesmos lugares, Though some have changed.

A mesma música para outra despedida.

Ela se imagina em uma calçada em um dia frio no meio da multidão. Só na multidão.

Porque é um corpo que se arrasta e cheira o vão deixado pelo perfume dos que partiram.

Talvez tenha sido ela que partiu: A vida, como ela era. Ela, a vida. Partiu uma maçã e comeu.

Lembra de tudo. De todos os rostos e abraços e afetos. Agora mais vivaz.

Por favor, fundo musical!

Play.

Os rostos aparecem de novo: Some are dead and some are living.

Ela não percebe que é o seu rosto que reflete na água e já lhe marca a idade.

De quem amou?

In my life i've loved them all...

Ela precisa ouvir de novo. E escreve. Escreve com as dores de quem sente o frio proposital.

Escreve para marcar um novo rosto.

Para ouvir de novo...

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