sábado, 9 de janeiro de 2010

desenho Cego


Além da cegueira que me alimenta:


O sangue jorra no deslizar do asfalto.

As mãos que arrastam vibrando no cimento cobriram o meu rosto, agora

Cravam uma cruz e rezam juntas dos meus lábios. Que sopram

O vento que estapeia minhas faces e dança em meu véu de seda pura:



Rouca demais para lhe proteger

Vivo só

se te deixar morrer.

Em prantos suplica meu nome. Este já foi corrompido!

Todo o meu teto que não é mais escuro, é demasiado colorido.

Toda a minha casa que reinava o inverno. Derretida a geleira,

Caindo sobre a fogueira do inferno!

Nem anjos

Nem demônios,

Nem cruzes e credos e

Apenas um redentor

Além da cegueira que me alimenta:

A magia e um lápis de cor...