terça-feira, 13 de abril de 2010

Fuga


Penso,
Logo lamento.
Logo choro
Num arrebento
Num coro
Dum sentimento
Dum lago
Sem vozes.
Cem doses:
Goles secos
Sabor sangue
O céu firme
A “terra em transe”.

Tragédia, violência e viola
Violar a comédia em virulência
Virtuosos despidos da doença
Engolem o pó que a vida acalenta.

Penso,
Logo grito.
Logo esparramo
Num infinito
Num murro
Dum rito
Dum apachismo
Sem doses
Cem vozes:
Berros secos
Sabor sangue
O céu firme
A “terra em transe”.


Tragédia, violência e viola!
Tragédia, violência e viola!
Tragédia, violência e viola!

O cachimbo
O vento de solidão
Os sinos
As palavras que se repetirão
Solidão.
Solidão.
Solidão.

Não há tolhimento na virgindade da juventude
Mas ela continua virgem!

Não há nudez tão bela quanto às vestes da juventude
Mas ela continua vestida!

Tão ambígua
Tão pueril
Tão cretina!
Que já desistiu:
Dependência ou morte?
A comédia em cartaz no mês de Abril!

Não penso,
logo abdico.

Nem reflito, nem desejo, nem crio.

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